quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Aeroporto de Cumbica foi o que mais apreendeu drogas no mundo em 2010

Edição do dia 10/02/2011
11/02/2011 00h17 - Atualizado em 11/02/2011 00h28

O grande volume de apreensões mostra que nossa polícia está aprendendo a combater o tráfico internacional. Mas revela também um problema que cresce a cada dia no Brasil: o consumo de cocaína.

É cocaína que recheia o bolo e as velas, a sola do sapato e o fundo falso da mala. A criatividade dos traficantes não surpreende mais os agentes federais no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. No local foram encontradas quase duas toneladas de drogas em 2010. Cumbica se tornou o aeroporto onde mais se apreendeu drogas em todo o mundo no ano passado.
Marca que levou o departamento antidrogas dos Estados Unidos a fazer uma homenagem hoje aos policiais brasileiros.
É um desafio barrar o tráfico. O Brasil está bem ao lado da região produtora de cocaína formada por Colômbia, Bolívia e Peru. A rede de tráfico traz a droga de lá para o Brasil pelas fronteiras desprotegidas e o aeroporto de Cumbica acaba se tornando a porta de saída ideal.
Voos que partem da América do Sul para a Europa, Estados Unidos, África, Oriente Médio. Para o traficante que depende das conexões com o mundo, Cumbica é o paraíso. E o que se espera é que a marcação cerrada dos policiais aumente o custo da operação do tráfico que passa pelo local e afaste de vez os criminosos.
“Essas apreensões são significativas e as prisões elas acabam tendo efeito de prevenção em geral em relação à criminalidade, no sentido de fazê-los entender que aqui o risco é maior que em outros lugares”, diz o superintendente interino da Polícia Federal de São Paulo, Fernando Duran Poch.
Para o professor de relações internacionais e especialista em segurança, Leandro Piquet em crime organizado alerta que a grande quantidade de apreensões no aeroporto de Cumbica está relacionada também com o aumento do consumo de cocaína no Brasil.
“O que acontece com esse mercado interno aquecido? Ele mobiliza mais recursos, mais agentes, as redes que abastecem as redes de crime que abastecem esse mercado consumidor são muitas vezes as mesmas que levam a cocaína até o aeroporto. Que recrutam mulas, que botam essas drogas na rota internacional”, afirma Piquet.

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