segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Para EADS, crise atinge mercado de defesa, mas não aviação

 O presidente do grupo europeu EADS, Louis Gallois, avaliou hoje que a crise fiscal na Europa terá impacto maior no mercado de defesa do que na aviação comercial, contrariando algumas análises mais pessimistas sobre a demanda por aeronaves nos próximos anos.
Embora nenhuma decisão tenha sido tomada, o executivo acredita que o setor de defesa poderá apresentar um arrefecimento ante a necessidade dos países de enxugar os gastos, o que, segundo ele, possivelmente resultará em menores volumes de negócios e cancelamentos de encomendas em mercados como o de helicópteros.
"Vemos que alguns países estão muito tímidos em lançar novos programas", comentou Gallois em entrevista a jornalistas.
Por outro lado, ele mostra otimismo com a tendência de longo prazo para o mercado de aeronaves. "Nos próximos 20 anos, haverá uma enorme demanda por aviões na Ásia, além da necessidade de reposição de aeronaves nos Estados Unidos", afirmou o presidente do grupo controlador da Airbus.
As declarações estão em linha com projeções da fabricante francesa de aeronaves que apontam para uma demanda por 27,8 mil aviões nos próximos 20 anos.
Gallois diz que, apesar dos riscos, ainda não se sentem impactos da crise tão severos como em 2009 e que a companhia conta com uma ampla carteira de pedidos para enfrentar novas turbulências. Segundo ele, enquanto algumas companhias aéreas adiam pedidos, outras, em igual número, antecipam, o que permite um equilíbrio nas encomendas.
O executivo francês esteve no Brasil nesta semana, em uma visita de três dias na qual teve encontros com funcionários e se reuniu com os ministros Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Aloizio Mercadante, de Ciência e Tecnologia, e Celso Amorim, da Defesa.
Nesses eventos, Gallois manifestou que o Brasil é um dos mercados prioritários para a EADS e mostrou interesse em entrar em novas áreas, como a internet via satélite, campo que pode ser explorado pela Astrium, subsidiária na área de tecnologias espaciais.
Também manifestou interesse em aproveitar a demanda que será gerada pela Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, com soluções em sistemas de comunicação segura - já fornecidas para a Policia Federal.
Além de Airbus e Astrium, o grupo controla Cassidian, que atua em redes de rádiocomunicação, e a fabricante de helicópteros Eurocopter, dona da brasileira Helibras. No Brasil, a meta é dobrar em dez anos o faturamento de 1 bilhão de euros.

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